quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Depressão infantil: ela existe e está aumentando em todo o mundo


A boa notícia é que a família tem papel fundamental para evitar que a doença se manifeste. Saiba mais sobre o assunto


criança; tristeza; lei da palmada (Foto: Thinkstock)












Um astronauta acaba de se deparar com a imensidão do espaço. Por algum motivo, suas amarras de proteção são desfeitas e ele não vê alternativas para voltar à nave, menos ainda para voltar à Terra. Ele agora está à deriva na imensidão do espaço. O quão desesperador isso lhe parece? Esta metáfora foi usada pelo psicólogo americano Douglas Riley para definir a sensação depressiva de uma criança. No livro The Depressed Child: A Parent’s Guide for Rescuing Kids (Criança Deprimida: um Guia para Pais Resgatarem os Filhos, em tradução livre), o especialista explica que pensamentos negativos, como “ninguém gosta de mim”, “sou inferior” e “a morte é a melhor saída” não são restritos aos adultos.

Pelo contrário, a depressão em crianças e adolescentes tem aumentado consideravelmente em todo o mundo, como mostram dados médicos recentemente divulgados. Um guia do National Institute for Health and Care Excellence (NICE), no Reino Unido, alertou: já são mais de 80 mil crianças da região diagnosticadas anualmente, 8 mil delas menores de 10 anos. Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que o transtorno depressivo é a principal causa de incapacidade de realização das tarefas do dia a dia entre jovens de 10 a 19 anos. No Brasil, não é diferente. Embora não haja dados estatísticos, estima-se que a incidência do distúrbio gire em torno de 1 a 3% da população entre 0 a 17 anos, o que significa, mais ou menos, 8 milhões de jovens.

Não é só tristeza 
O que está por trás dessa epidemia? Os transtornos mentais podem ser acionados por qualquer gatilho - leia-se, situação ou experiência frustrante que a criança tenha enfrentado -, como separação dos pais, morte de um parente, bullying na escola, abandono, abusos físicos ou psicológicos, mudanças bruscas e alterações no padrão de vida. No entanto, o estilo de vida que levamos pode favorecer a manifestação da doença, como explica Marco Antônio Bessa, psiquiatra do Hospital Pequeno Príncipe (PR): “Muitas crianças estão com a agenda lotada de compromissos, o que eleva o grau de estresse, dormem mais tarde, ficam fechadas em ambientes como apartamentos e shoppings, usam aparelhos eletrônicos excessivamente, sob risco de aumento de ansiedade e restrição do contato social, e convivem menos com seus pais”. 

Há, ainda, um fator genético que exerce influência. A ciência já comprovou que, quando há episódios de depressão na família, a probabilidade de a criança desenvolver algum transtorno mental aumenta consideravelmente. Se as vítimas forem mãe ou pai, as chances podem ser até cinco vezes maiores. Além disso, um distúrbio psiquiátrico – os mais comuns em crianças são de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), de conduta e de ansiedade - pode abrir precedente para outro. Estudos conduzidos em 2012 pelo Hospital das Clínicas (SP) mostram que mais de 50% das crianças ansiosas experimentarão, pelo menos, um episódio de depressão ao longo da vida.
O quadro depressivo de um adulto difere do de uma criança. Enquanto o adulto sofre com alteração de humor, falta de prazer em viver, de executar as tarefas, recolhimento, alterações de sono e de apetite, as crianças nem sempre dão sinais tão característicos. Como explica Ivete Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Unifesp, “é mais comum ela apresentar irritabilidade, agitação, explosões de raiva e agressividade, tristeza, sensação de culpa e de melancolia”. Não raro, a depressão é confundida com TDAH, por isso, é fundamental que se procure um profissional especializado. “Erros de diagnóstico e de tratamento podem mascarar os sintomas e até mesmo agravar o quadro”.
É claro que, assim como nós, a criança também não está imune à tristeza, a acordar sem vontade de se relacionar com as pessoas ou ao mau humor. O que se aconselha é tentar entender o contexto do seu filho, principalmente, observar a duração desses sentimentos (mais de um mês já é preocupante), a intensidade e de que maneira eles estão afetando a vida. “O pai que presta atenção em seu filho vai notar que algo mudou. Mesmo que ele não saiba exatamente o que é, já serve de sinal de alerta”, diz a especialista.
É possível evitar, sim

Assim como existem fatores facilitadores do transtorno depressivo, há outros que são protetores. Isso significa que o aparecimento da doença está intimamente ligado a uma equação de equilíbrio dessa balança. Mesmo que a criança tenha propensão genética e viva em um ambiente pouco favorável, ela pode não desenvolver o quadro e vice-versa.
Um bom funcionamento cognitivo, estabilidade e organização familiar, ambiente amoroso e ausência de fatos estressantes na vida da criança contribuem com a prevenção. Todos eles podem ser construídos e reforçados em casa, por você e por toda a família. Lembre-se: a criança que cresce com amor, carinho, que recebe atenção e proteção dos pais, dificilmente vai enfrentar problemas de comportamento ou desenvolvimento. E, ainda que os enfrente, serão mais facilmente superados.

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Dicas para lidar com um aluno disléxico

Tarefas por idade que seu filho consegue fazer

FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS NO AUTISMO: MEMÓRIA E ATENÇÃO

O Autismo é um conjunto de transtornos que se apresentam de forma bastante singular. A forma heterogênea deste transtorno, provavelmente, deve-se a soma de fatores etiológicos, ambientais e genéticos. Sendo que a diversidade de patologias associadas ao Transtorno do Espectro Autista enfatizam a ideia de que o conjunto de sintomas podem ser secundários a importantes alterações funcionais do cérebro.

Para entendermos essas alterações, devemos saber sobre as funções neuropsicológicas:
- MEMÓRIA
- ATENÇÃO
- FUNÇÕES EXECUTIVAS
Primeiro vamos falar da memória:
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A memória é a capacidade de adquirir (aquisição), armazenar (consolidação) e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial).
A memória focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões diárias.
Os neurocientistas (psiquiatras, psicólogos e neurologistas) distinguem memória declarativa de memória não-declarativa. A memória declarativa, grosso modo, armazena o saber que algo se deu, e a memória não-declarativa o como isto se deu.
A memória declarativa é aquela que pode ser declarada (fatos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente adquirida, mas também mais rapidamente esquecida. Para abranger os outros animais (que não falam e logo não declaram, mas obviamente lembram), essa memória também é chamada explícita. Memórias explicitas chegam ao nível consciente. Esse sistema de memória está associado com estruturas no lobo temporal medial (ex: hipocampo, amígdala).
Psicólogos distinguem dois tipos de memória declarativa, a memória episódica e a memória semântica. São instâncias da memória episódica as lembranças de acontecimentos específicos. São instâncias da memória semântica as lembranças de aspectos gerais.
Já a memória não-declarativa, também chamada de implícita ou procedural, inclui procedimentos motores (como andar de bicicleta, desenhar com precisão ou quando nos distraímos e vamos no “piloto automático” quando dirigimos). Essa memória depende dos gânglios basais (incluindo o corpo estriado) e não atinge o nível de consciência. Ela em geral requer mais tempo para ser adquirida, mas é bastante duradoura.
Memória, segundo diversos estudiosos, é a base do conhecimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.
Explicamos isso para focar na memória de curto prazo, mais especificamente sobre uma habilidade muito relevante para a sala de aula: a memória de trabalho. Esta é ahabilidade cognitiva que lida com vários pedaços de informação simultaneamente, como somar números ou escolher palavras que rimam. A memória de trabalho é o alicerce da aprendizagem, pois determina a capacidade de processar informação, seguir instruções e acompanhar as atividades em sala de aula. Segundo pesquisadores, ela prediz o desempenho escolar de forma muito mais robusta do que o QI, e é menos influenciada pelo nível socioeconômico.
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As habilidades de memória de trabalho se desenvolvem ao longo da infância, atingindo níveis adultos por volta dos 16 anos.
Crianças com TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), dificuldade de aprendizado de leitura ou matemática, e transtornos de autismo compartilham uma fraqueza generalizada em memória de trabalho.
Portanto, podemos dizer que a função da educação é moldar o cérebro e isto é o que ocorre no cérebro dos estudantes quando o educador é bem sucedido.
Algumas estratégias para melhorar a memória de trabalho:
- Passe os trabalhos de casa por escrito. Escreva cada trabalho na lousa, no mesmo lugar, todos os dias, para que os alunos saibam onde encontrá-los.
- Fale devagar e passe as informações em pequenas unidades. Dar muita informação de uma só vez faz com que uma criança com memória de trabalho fraca rapidamente perca o rumo. Ela pode estar ainda trabalhando nos primeiros minutos da lição depois que você já passou para a seguinte.
- Torne as aulas interativas. Para fazer as crianças com memória de trabalho fraca lembrar-se de algo importante, estruture a aula para incluir as respostas delas.
- Use um relógio analógico durante as aulas para ajudar seus alunos com o gerenciamento do tempo. Eles serão capazes de se manterem conscientes de quanto tempo já se passou e de quanto ainda têm.
- Chame atenção para as datas- limite. Ponha avisos em quadros nas paredes, fale delas frequentemente, e lembre os pais e alunos em bilhetes, cartas ou pelo e-mail.
- Peça aos alunos que façam seu próprio “sistema de lembrar”
Em casa:
- Determine um lugar para que seu filho coloque coisas importantes – chaves da casa, carteira, equipamento esportivo. Tão logo ele chegue da escola, tenha certeza de que ele colocou essas coisas no lugar certo.
- Crie uma lista de checagem para se lembrar e ter derteza de que seu filho tem tudo o que necessita levar para a escola.
- Faça, e use, lista do que fazer.
- Use lembretes digitais. Com crianças dos graus médios, use telefone celular, mensagens de texto, ou mensagens instantâneas para lembrá-los de coisas que tenham de fazer.
Chegou o momento de explicarmos o segundo tópico, que é a atenção:
A atenção é uma função de fundamental importância, já que permite a interação do indivíduo com o seu ambiente, além de subsidiar a organização de processos mentais.Por meio dessa habilidade é possível captar estímulos e selecionar qual deles terá seus detalhes apreendidos de forma privilegiada. A forma como “escolhemos” e processamos essas informações contribui para determinar nosso comportamento. É importante destacar 4 tipos de atenção: seletiva, sustentada e dividida e compartilhada.
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Atenção compartilhada: A atenção compartilhada é a capacidade de dividir a atenção através de gestões e vocalizações com outra pessoa e um objeto de seu interesse no ambiente, este momento ocorre quando as crianças e os cuidadores estão interagindo entre si. (virar o rosto na direção do som, ao procurar o contato visual, ao rir com vozes e brincadeiras).
A habilidade da atenção compartilhada é considerada uma das mais importantes para o desenvolvimento social e comunicativo das crianças; através do jogo social a criança começa expressar seus interesses e compreender o interesse do outro.
No inicio do processo de aprendizado desta habilidade é importante que os objetos utilizados na brincadeira sejam do interesse da criança para ela conseguir compartilhar a atenção, aos poucos podem ser inseridos outros objetos na brincadeira.
Estimulem sempre, sejam PAIS (profissionais, educadores) MOTIVADORES para seus filhos (alunos, pacientes)!
Pesquisadores levantaram importantes hipóteses a respeito da relação entre a atenção compartilhada e as funções executivas, em que habilidades de mudança de foco de atenção estariam interligadas a atenção compartilhada e seriam mediadas pelo lobo frontal. De fato, Autistas demonstram demorar mais para alterar o foco de sua atenção. Quando olham para um objeto ou rosto se prendem em detalhes e não no todo. Como não desenvolvem adequadamente a atenção compartilhada, não conseguem compartilhar interesses e acabam por não receber modelagem ambiental correta, o que incentiva o desenvolvimento de comportamentos inadequados futuros e, consequentemente, dificuldades de interação social.
A disfunção atencional é solucionada com comportamentos obsessivos e inadequados que são repetidos de forma incessante. Em uma abordagem neurofisiológica percebe-se que a função da atenção em pessoas com Transtorno do Espectro Autista está suspensa o que promove o chamado vazio psíquico que é um tipo de desorganização de estados bastante primitivos. (estereotipias e as dispersões sensórias: tentativa de controlar, de forma repetitiva, seus objetivos)
Autistas podem passar um longo período de tempo envolvidos em alguma tarefa específica. É como se algo tivesse dominado a mente deles, deixando-os isolados de qualquer estímulo e em seu dia a dia, apresentam diversas flutuações no que diz respeito a sua atenção. Em tarefas que lhe são interessantes a capacidade atencional se mostra intransponível. Porém, em atividades direcionadas com fins terapêuticos e de reabilitação é perceptível a dificuldade em manter o foco. (por isso amamos os métodos em que se leva em conta o interesse do autista)
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Pessoas com autismo distraem-se facilmente tomados por suas estereotipias, falas desconexas, ecolalias e comportamentos típicos do transtorno, sendo necessário constante apoio e incentivo na manutenção da atenção. (solicitar um profissional para mediar em sala ajuda bastante no desenvolvimento do autista) Todos estes fatores dificultam a coerência e organização de ideias para compreender situações ou realizar julgamentos.
Se melhorarmos essas áreas, ajudaremos muito para que os autistas se interajam, foquem no aprendizado, se sintam mais confortáveis na escola e nas tarefas do dia a dia.
Já falamos sobre as estratégias para melhorar a memória de trabalho, agora vamos passar estratégias para atenção.
Estratégias para melhorar atenção seletiva:
- Sentar num lugar calmo com a criança, de frente para ela;
- Falar calmamente para a criança, olhos nos olhos;
- Dizer para a criança o que quer que ela faça em poucas palavras e de forma simples, por exemplo “Não bata a porta” em vez de “Não bata a porta porque ela pode-se estragar e os vizinhos reclamam do barulho”;
- Dar ordens específicas, por exemplo: “Não corra dentro de casa” em vez de dizer “Não faça isso”, quando a vir correr;
- Mostrar para a criança qual a consequência de ela não cumprir a ordem. Não se deve prometer às crianças e não cumprir, mesmo que seja uma consequência negativa:
- Elogiar a criança sempre que ela cumprir alguma ordem;
Estratégias para melhorar atenção sustentada: ler este post
Alguns exemplos de técnicas para melhorar a atenção:
Prejuízo na atenção mantida ou sustentada – podemos utilizar a técnica do treinamento da atenção: exercícios onde o autista ouça determinados parágrafos e depois diga o que entendeu.
Prejuízo na atenção seletiva – podemos utilizar a técnica de dispositivos externos: exercícios onde o autista faça uma redação e tenha que ignorar um ruído externo ou a TV.
Prejuízo na atenção dividida – podemos utilizar a técnica de treinamento da atenção: com exercícios onde o autista começe a fazer uma leitura e ao mesmo tempo procure palavras relacionadas com “café da manhã”.

Destaque!!!!!!!!!!!

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