Neste texto, estarei descrevendo as principais características deste transtorno psiquiátrico que muitas vezes é diagnosticado nos portadores de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH.
O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), de acordo com o DSM-V, é um Transtorno Disruptivo, do Controle de Impulsos e da Conduta.
Existem outros transtornos bastante conhecidos que fazem parte deste grupo, como por exemplo, o Transtorno de Oposição Desafiante e o Transtorno de Conduta.
A principal característica do transtorno é o comportamento explosivo, porém, para se considerar um transtorno psiquiátrico é necessário realizar uma análise cuidadosa para identificar os sintomas, sua frequência e intensidade.
De acordo com a APA, as explosões decorrentes de raiva no transtorno explosivo intermitente têm início rápido e, geralmente, pouco ou nenhum período de alteração da normalidade.
Em geral, as explosões duram menos de 30 minutos e costumam ocorrer em resposta a uma provocação mínima de um amigo íntimo ou colega (APA).
Com frequência, indivíduos com transtorno explosivo intermitente apresentam episódios menos graves de violência verbal e/ou física que não causa dano, destruição ou lesões em meio a episódios mais graves, destrutivos/violentos.
- Critério A1: Explosões comportamentais recorrentes representando uma falha em controlar impulsos agressivos, conforme manifestado por um dos seguintes aspectos: agressão verbal ou agressão física dirigida a propriedade, animais ou outros indivíduos, ocorrendo em uma média de duas vezes por semana, durante um período de três meses. A agressão física não resulta em danos ou destruição de propriedade nem em lesões físicas em animais ou em outros indivíduos - Explosões de Agressividade Frequentes.
- Critério A2: Três explosões comportamentais envolvendo danos ou destruição de propriedades e/ou agressão física envolvendo lesões físicas contra animais ou outros indivíduos ocorrendo dentro de um período de 12 meses - Explosões de Agressividade Impulsivas Infrequentes.
Independentemente da natureza da explosão de agressividade impulsiva, a características básica do transtorno é a incapacidade de controlar comportamentos agressivos impulsivos em resposta a provocações vivenciadas subjetivamente que em geral não resultariam em explosões agressivas (APA).
- Critério B: a magnitude da agressividade expressa durante as explosões recorrentes é grosseiramente desproporcional em relação à provocação ou a quaisquer estressores psicossociais precipitantes.
De maneira geral, as explosões de agressividade são impulsivas e/ou decorrentes de raiva, em vez de serem premeditadas ou instrumentais e estão associadas a sofrimento significativo ou a prejuízos na função psicossocial.
- Critério C: as explosões de agressividade recorrentes não são premeditadas e não ter por finalidade atingir algum objetivo tangível.
- Critério D: as explosões de agressividade recorrentes causam sofrimento acentuado ao indivíduo ou prejuízo no funcionamento profissional ou interpessoal ou estão associadas a consequências financeiras ou legais.
O diagnóstico de transtorno explosivo intermitente não deve ser feito em indivíduos com idade inferior a 06 anos ou nível equivalente de desenvolvimento.
No momento do diagnóstico é importante o profissional se atentar aos fatores ambientais em que a criança ou adolescente está envolvido.
Crianças com idade entre 06 e 18 anos não devem receber esse diagnóstico em situações nas quais as explosões de agressividade impulsivas ocorrerem no contexto de um transtorno de adaptação.
Vale lembrar que o início de comportamentos agressivos impulsivos problemáticos recorrentes é mais comum na fase final da infância ou na adolescência e suas características centrais são persistentes e continuam por muitos anos.
Indivíduos com história de trauma físico ou emocional durante as primeiras duas décadas de vida estão em risco aumentado para transtorno explosivo intermitente.
Indivíduos com diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - subtipo apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva apresentam maior tendência em desenvolver o Transtorno Explosivo Intermitente.
O temperamento da criança pode ser desde cedo um indicativo de atenção para os pais já que ele poderá influenciar na formação de sua personalidade contribuindo para o desencadeamento do transtorno psiquiátrico.
Por isso, é importante que os pais ao reconhecerem dificuldade para lidar com o temperamento da criança busquem auxílio para aprender enfrentar as dificuldades.
Para os pais que já enfrentam o transtorno - TEI, a orientação psicoeducacional (psicoterapia de orientação) associada à psicoterapia com a criança ou o adolescente é o mais indicado.
Dependendo a intensidade dos sintomas, a associação do acompanhamento psiquiátrico e psicológico é o mais indicado, aumentando o índice de sucesso do tratamento.
Infelizmente, o não tratamento adequado do transtorno aumenta a probabilidade da evolução do quadro clínico para outros transtornos psiquiátricos, agravando o problema para a criança/adolescente e para a família.
Já para os adultos, a associação do tratamento psiquiátrico e psicológico com enfoque na terapia cognitivo-comportamental, também, tem se mostrado eficiente, podendo se, ainda, abranger para a associação de outras atividades complementares.
Ms. Ana Larissa M. Perissini.